quinta-feira, 26 de maio de 2011
À Nossa Maneira
Eu já nem acho mais tão trágico, é até engraçado. Sabe aquelas coisas que de tão pisadas e judiadas chegam a dar vontade de rir? Parece mesmo é que pior do que o nosso amor está, não pode ficar.É quase que uma pobre de uma criança pedindo esmola na rua, o coitadinho. Coração acostumado a apanhar. E eu não coloco a culpa toda em você, de jeito nenhum - cada um tem sua parcela nessa situação. Corações mendigos, acostumados a pedir, pedir, pedir - e raramente receber. Esfarrapados, sujos, famintos. Já fui tão mordiscada e tiraram tanto pedaço de mim por aí que quero que você me dê todo o amor que me foi tirado. Quem sabe até seja por isso mesmo que ainda persistimos: estamos na mesma, meu amor. Somos do mesmo tipo de gente careta que ainda acredita no amor verdadeiro, no bem, na pureza do sentimento. O mesmo tipo de gente brega que acha gostar uma coisa bonita, que não se ilude com um corpo bonito rebolando na televisão. O tipo de gente que é out, fora de moda. Quase que feitos um para o outro, se não fôssemos essas crianças sedentas que querem descontar um no outro o mal que mundo já fez pra gente. Eu não quero só o teu olhar carinhoso, tua presença sincera, eu quero devorar sua existência e ter certeza que está aqui 24 horas por dia se eu te precisar. Quero que você precise de mim como se eu fosse seu ar, e que não tenha vergonha de me dizer isso. Quero um sentimento sensato. E se ser brega significa querer andar de mãos dadas, dormir juntinhos na rede, ganhar beijo na testa, andar abraçados na rua, dividir moletom em dia frio, eu quero muito ser brega. Mas muito mesmo! E ter direito à um amor fresco, que dê beijo de esquimó e deixe dormir no colo. Um amor que ache a coisa mais linda do mundo dormir de conchinha e dividir chinelo, que não tenha nojo de dividir escova de dente. Amor que leve pra passear, que permita te abraçar e cheirar seu pescoço na fila do cinema, que deixe mais leve mas que também tenha uma pitada de tara nas horas certas. Que tenha você em cada pensamento bonito do meu dia, que me faça olhar pela janela do quarto vezenquando só para conferir se você está ali. Quero amor bobo que dê motivo pra rir de tudo, que dê vontade de fazer coisas bregas de filme como rolar na grama, que dê vontade de bater na sua porta de madrugada pra ter certeza que não estou sozinha. Sozinha nessa, na vida, no mundo. Quero um amor que me faça ter vontade de cuidar de alguém e ser cuidada, que me faça acreditar de novo. Que faça eu me sentir viva. Que seja como respirar o ar gelado de um dia muito frio, que faz a gente ter certeza que vivemos naquele instante.Esse amor desastrado que nasceu aqui em nós é bonito demais. É egoísta, os dois lados são famintos e querem pedir sempre mais. A culpa não é nossa, porque sempre nos foi tirado então não sabemos como ter e repartir, mas tenho certeza que estamos aprendendo. É até engraçado, duas crianças que não sabem lidar com o amor. Não sabem como pegar no colo, brincar, tocar. Mas escuta, cara: nosso amor é lindo. Isso porque amor não tem vergonha, é cara-de-pau por inteiro. Amor é o que é e fim de papo, sem medo de julgamentos alheios. Simplesmente é, na cara dura. O amor não tem medo de se mostrar na rua, de exibir seus charmes e particularidades. Por isso que me orgulho desse nosso amor torto, meio careta, que ainda não sabe como dar seus passinhos. É coração mendigo, carente de afeto e que precisa de uma mão pra segurar nesses dias tão chatos. Então, sem medo de olhares alheios: vem comigo ser feliz?
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Ogrodoce
Você voltou rápido do banheiro. Eu só fui cuspir o chiclete. Por que não cuspiu nessa catarreira aí do lado? Porque isso é um troço de botar velas. Eu tomei uma garrafa inteira de vinho, acho melhor ir pra casa. Acho que você deveria ficar. Acho que se eu ficar, vou querer ver seus peitos. Agora não rola, tem criança aqui. Olha bem: é uma anã. Eu não gosto da minha bunda. Sua bunda é bonita, você é toda bonita, bonita normal, mas seus peitos são internacionais. Eu gostei da sua calça molinha, dá pra sentir exatamente como é o seu pau. Você não quer sentir ele na boca? Quero, assim que as crianças forem embora. Olha bem: é uma anã. Não é. Mas ela tá fumando. Meu Deus, é mesmo uma anã. Então chupa meu pau? Espera, vamos pra minha casa? Você vai me levar pra sua casa? Só se você prometer que não vai me matar. Eu prometo, até porque tô sem tempo hoje. Se você fizer assim eu não vou conseguir dirigir. Dirige assim, quero ver. Não posso bater o carro, eu vou vender o carro na quarta. Tá perto? Eu tô com muito tesão. Eu também. Mas eu tomo um remédio que mexe com a minha libido, tô achando estranho tanto tesão. Eu não tomo nada mas deveria porque eu não durmo. Dorme na minha casa. Você disse que odeia que durmam na sua casa. Mas eu gosto de você. Eu gostei do seu cheiro. Do meu cheiro ou do perfume? Não sei. Eu gostei de você porque você é meio ogro, meio doce, você é ogrodoce. Você está tão sensual agora. Só agora? Só. Mas estamos juntos desde as seis da tarde e só fiquei sensual agora? Só. Mas eu te fiz rir das seis da tarde até agora. Macaco de circo não é sensual, é divertido, é legal, mas não é sensual. Eu sempre achei que ser engraçada era meu ponto forte. Não é. (________). Você ficou mal com o que eu falei? Muito. Por quê? Porque sem fazer piada eu não sei fazer mais nada. Então chupa meu pau. Tenho nojo sem estar apaixonada. Então se apaixona. Tá. Chegamos? Sim. Legal aqui, pequeno mas legal. E se eu falar o mesmo de você? Vai voltar a fazer piada? Eu não consigo parar. Para só um pouco, só um pouco. Vou tentar. Se desarma, vai. Vou tentar. Posso ver agora? Pode. Posso tirar a calça? Pode. Então tira a bota antes, botas são complicadas. Tiro. Você só me obedece? Só. Ah não, você tá fazendo graça! Tô. Não faz graça, se entrega, fazer graça é sua defesa, não se defende, eu tô bêbado, eu não tô me defendendo. Pra você é fácil. Por quê? Porque você é homem. Homem morre de medo de mulher como você. Como sou eu? O tempo todo analisando profundidades, dando notas de desempenho para almas. Notas? É, você é a Bruna Surfistinha da profundidade. Eu quero chupar seu pau. Não, antes eu quero ver uma coisa. Pode ver. Você tá com frio? Não, eu tô tremendo porque gosto tanto de você. Calma. Eu sei. Calma. Eu sei. Posso? Espera, deixa eu pegar a camisinha. Onde tem? Ali. Você é safada. Por que tenho camisinha perto da cama? Amanhã quando eu for embora seu porteiro vai rir e pensar "essa dona do 64 não perde tempo". Eu sou uma vadia porque vou transar com você e acabei de te conhecer? Não! É? Não. Então não. Chupa mais um pouco antes de eu colocar. (___________). Espera, devagar. Tá. Posso? Pode. Vira? Viro. Fica assim? Fico. O que foi? Doeu um pouco. Desculpa. Não. Não desculpa? Desculpo, mas não, não para. Eu posso gozar? Pode. E você? Eu vou bem, obrigada. Não faz piada agora, peloamor, eu tô quase gozando e você continua armada. Desculpa, mas me sinto sexy sendo engracada. Você é muito sexy sendo engraçada. Você disse que não. Eu menti. Adoro essa música. O que é isso? Animal Collective. Não curto essas coisas estranhas, meio eletrônicas, meio sei lá. Você tem o melhor beijo do ano, o melhor sexo oral do ano, a mão quente, a boca quente, é tudo tão gostoso. Sério que você não vai falar do meu pau? Seu pau é lindo. Eu nunca imaginei que seria tão bom. Por quê? Porque você é metidinha intelectual, nhãnhãnhã. Posso lamber sua tatuagem? Posso te enforcar um pouco? Eu dou defeito. Toda mulher dá defeito, mas você parece ser o tipo louca que dá defeito rápido. Eu já tô dando defeito. Eu vou gozar. Goza. !!!!!!!!!!!!, eu tô com vergonha. Por quê? Por causa do escândalo. Foi lindo, você parecia a Luisa Marilac falando "porra" e tomando uns bons drink na Eu-ro-pa. Eu pareço um traveco gozando? Desculpa, eu não consigo parar de fazer piada. Eu vou embora. Mais cinco, por favor? Trepadas? Não, minutos. Eu preciso ir. Por quê? Pra não ficar pra sempre. Fica pra sempre. Por quê? Porque aqui tem amor, dinheiro e tarja preta, você pode só descansar existindo, eu faço o resto todo. Tarja preta vicia. Dinheiro também. Você tá tirando onda de rica? Não, eu tô tirando onda de homem. Você é uma menininha. Perto de você eu consigo ser e você não sabe o prazer que isso me dá. Se sentir menina? Estar com um homem, eu só andei com moleques nos últimos anos. Eu sou velho? Você é bonito demais. Eu sou bonito porque você admira meu trabalho, eu não sou bonito tipo andando na rua. Você é bonito tipo andando na rua. Seus peitos são internacionais. Leva um e me deixa com o outro. Qual você quer me dar? O que tem o coração. Você vai pro Rio quando? Eu quero te ver de novo. Então, vai pro Rio. Eu tenho fobia do Rio. Eu também. Porque lá é tudo feliz mas eu me sinto sozinha. Exatamente. Quero tanto te ver. Dá próxima vez você é que vai pagar o vinho. Mas foi você que bebeu. Não interessa. Fala "não interessa" de novo. Não interessa. Adoro sua voz. E o que mais? E sua mão quente e seu beijo calminho e intenso e seu jeito de lamber antes a calcinha pra ver se tava cheirando bem. Tava cheirando ótimo. Mas eu trabalhei o dia inteiro. Mas tava ótimo. Cheiro ou combina ou não combina. É. É. Chama um táxi. Não. Eu ficaria mais se não tivesse que arrumar as malas. Não arruma, fica pelado pra sempre, você é tão bonito pelado. Vou jogar isso fora antes que caia tudo na sua cama. Deixa cair, engravida minha solidão. Que bonito isso, você deveria ser escritora. Que cínico você, deveria ser ator. Eu ficaria mais. Eu não gosto nunca de nada e gostei tanto de você. É? Droga. O quê? Eu falando de gostar. E daí? E daí que vai acontecer tudo de novo. O quê? Vou sentir demais, falar demais, escrever demais, você vai embora. Agora eu vou embora. E depois? Depois não sei. Tá. Eu ficaria, sério, eu ficaria muito, muito, muito. Eu sei. Mas agora eu vou. Então tira o dedo dai. Não consigo. Então não tira. Eu queria foder o dia inteiro com você. Eu queria foder a vida inteira com você. Você é exagerada. É só como dá pra ser. Chupa meu pau? Pra sempre.
Beijinhos da
Priscilla Estrela
às
14:14
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Esse Texto é de
Tati Bernardi
Sentir Doi
Eu até que estava bem. Tava sozinha, mas bem. Sabe, às vezes vinha uma dor chata do fundo do peito que parecia tão vazio, uma dor de solidão de quem não tem em quem ao menos pensar e idealizar como a solução para um mundo mais cor-de-rosa. E eu não tinha mesmo ninguém, ninguém pra fazer esse papel tão bobo e ao mesmo tempo importante que é ser a minha pessoa. A minha pessoa, aquela que, pelo menos na minha cabeça e no oco do peito, poderia fazer o mundo desaparecer num sorrisinho tímido acompanhado de um “adoro quando você amarra o seu cabelo desse jeito”, dessa maneira bem besta mesmo. Besta, mas que a falta é capaz de me deixar idiota ao ponto de sentir falta. Só que não ter em quem pensar, não ter a minha pessoa pra quem enviar as minhas melhores vibraações, não era tão ruim quanto saber pra quem mandar todos esses sentimentos em um pacotinho de presente com um lacinho vermelho. Saber pra quem mandar e não poder mandar. Até que, conheci um cara. Numa festa, coisa de quem quer fugir da sua vida por uma noite e dançar até não saber ao certo como foi parar ali e por quê mesmo estava tão angustiada. E dançava, dançava. E você, aquele cara legal amigo de um amigo de uma amiga, que não sabia quem era nem o que gostava e nem por que estava ali também. Dois desconhecidos, dançando juntos, dois fugitivos, correndo juntos. Veja bem, não te escolhi pra ser a minha pessoa, e não estava nem aí pra saber da sua vida e de você. Só queria dançar e beber por uma noite. Então rola de repente uma conversa banal, conversa de relacionamentos, daquelas que revela sem querer uma certa solidão, dos dois lados. Um beijo. Assim, sem esperar, um beijo de um desconhecido numa noite de fuga, o que deixou as coisas mais divertidas e um “sim, vale a pena!” chacoalha a cabeça, mas é só. Eu não esperava mais nada de você, assim como não exigia. Mas então, no dia seguinte, ligação, encontro; nos dias seguintes, ligações,encontros. Descobri uma pessoa aonde não procurava, descobri o que eu não queria descobrir de uma forma tão gostosa de sentir. Tudo, tudo, tinha um propósito agora. Vivenciar, observar, rir e ter pra quem contar no final do dia, fazia com que eu nem soubesse quem era a mulher com um buraco no peito de antes. Tão simples e ao mesmo tempo profundo, complexo. Como explicar a atração tão grande, não apenas pela beleza do corpo, mas pelo tom de voz e pelo olhar, pelos traços das mãos e o movimento singelo dos olhos. Sim, me fazia feliz, me fazia pular de alegria, explodir meu peito que não estava acostumado a ter tanto de uma vez só. Eu mal te conheci, e já causava um maremoto nesse porto tão pequeno, que abrigava sentimentos tão pequenos. Mas a alma é grande, o sonho é grande. Quando o sonho se realiza, de uma maneira que não pode acontecer, o que a gente faz? Quero dizer, esse nosso lance, foi inesperado, foi mágico, e assustador, terrivelmente assustador. Você sabia tanto mais da vida do que eu, já havia sentindo tanto mais, tinha tantas mais histórias e experiências pra acumular, que me fazia tão pequena e indecisa. E talvez eu nem seja tão mais pequena, mas é como eu me sentia. Um pequeno porto frágil, que de repente se viu abrigando um enorme navio. E isso dá medo, medo de ganhar e ao mesmo tempo de perder. Medo de ganhar um amor tão súbito e inesperado como o de uma noite de fuga numa balada. Medo de perder tantos momentos e cenas engraçadas que poderiam vir com um sentimento que começava a crescer. E, como uma criança assustada, não sabia como sair bem dessa. O que fazemos então, quando o que pedimos tanto vem de um jeito tão errado? Talvez nem haja um jeito certo pras coisas acontecerem, mas o medo de sentir o proibido trai o coração. Larguei, corri. Na primeira oportunidade, acabei com tudo, com seu olhar que entrava no meu como se inundasse minha alma de tantas coisas boas, minhas vibrações positivas pra que desse certo, sua risada que me fazia tanto bem, seus jeitos todos tortos e que tanto me davam prazer. Acabei com o que mais me fez sentir viva em tanto tempo. E sinto tanta falta, de uma conversa interessante de alguém que pudesse ser a minha pessoa. Mas eu quero que você escute, escute e entenda, que meu porto era frágil e pequeno demais. Meu porto era pequeno pra tanto que ia ganhar, pra um navio tão grande a aportar. Eu sei, eu sei que abandonei o barco por medo de tentar, por medo de ver a água começar a subir e não ter como fugir mais. Eu sei que se eu não ceder uma parte de mim, não posso mais ter suas conversas e um ombro largo pra encostar. Preciso que você saiba, da mesma maneira, que eu quis muito. Eu quis muito ser a sua pessoa, quis muito que você fosse a minha. Sempre imagino como seria, se eu fizesse diferente, e encarasse a tempestade nesse barquinho construído com nossas mãos tão erradas e sem direção, desde o começo. Eu sempre tive, e acho que sempre vou ter um buraco no peito. Mas antes, eu não tinha em quem depositar esse caminhão de esperanças que carrego a duras penas. E agora, dedico tudo a você, deixo tudo pra você secretamente. Você, o cara da festa, tão errado e fugitivo quanto eu. Te entrego como um presente, só que é um presente guardado, esperando a ocasião da surpresa. Não vai acontecer, provavelmente. Mas você precisa saber, que existe alguém guardando sentimentos muito bons pra você, existe eu com uma saudade muito boba pensando em você. Não adianta mais querer remendar o que sempre foi torto. E, apesar de ser tão assustador, o meu portinho continua no meu peito, sonhando em ser maior e melhor pra abrigar o seu gigantesco navio.
Vicio
Pior que viciar em bebida, em comida, ou em qualquer objeto comestível ou fumante que seja, é viciar numa pessoa. É incrível mas você vicia. E você fica louco, desconcertado, agitado e nervoso quando passa 5 minutos sem sentir o cheiro ou ouvir a voz. É uma abstinência destrutiva, destrói sua capacidade de pensar, de agir, de se concentrar em alguma coisa que não seja nos ponteiros do relógio que passam o mais devagar possível na espera da próxima onda sonora que a voz dela emite quando está chegando perto. A incansável espera de um ‘bom dia’, a falta do ‘eu te amo’ quando se está fazendo qualquer outra coisa que não se falando. Vontade desesperada de ouvir a respiração pelo telefone, o sinal de vida, de que está ali com você num silêncio totalmente confortável para ambos, como se estivessem um sobre o peito do outro arfando por uma briga de travesseiros que acabou em algumas poucas horas de sorrisos e afagos e olhares que se resumem agora em apenas um subir e descer de duas respirações num mesmo compasso. É bom, sabe. É realmente bom sentir quem você gosta perto, mesmo que seja na ausência.
Beijinhos da
Priscilla Estrela
às
13:29
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Esse Texto é de
Jessica Barreto
Amor não acaba.
Não é o tipo de coisa que vai desaparecendo com o tempo. Não diga pra mim que já não é a mesma coisa e que não tem nada a ver, que é passado, que não mexe mais. Mexe. E muito. É como se todos os comentários ou bobagens ditas, viessem escritas no rodapé um “fica, eu sinto sua falta” escancarado, mesmo sem dizer palavra alguma. Cada troca de palavras traz um ar de nostalgia e de saudade, de vontade de voltar no tempo e saber como teria sido se não tivesse acabado. Não é só carinho, não é só admiração. Me incomoda. Talvez só a ponto de escrever, não de falar. Talvez porque tenho certeza que seus olhos brilham ao ver alguma resposta ou algo que seja relacionado a você. Talvez pelo fato de saber que foi algo grande, que é grande, que sempre vai ser e isso não muda por mais que conheça outras pessoas e tenha outros amores. Vai atrás, puxa assunto, agarra cada oportunidade que tem de estar mais próximo, e sabe, eu não tiro seu direito, a gente quer estar perto de quem gosta, mesmo que por pouco tempo, mesmo que distante. É uma maneira de ser lembrado, e você mais do que ninguém sabe o que é isso. Eu também sei.
Beijinhos da
Priscilla Estrela
às
13:26
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Esse Texto é de
Jessica Barreto
terça-feira, 24 de maio de 2011
Passo horas e horas pensando
Em tudo que a gente é, em tudo que a gente se tornou. Penso em como fomos nos construindo, construindo a cumplicidade, a paciência, a confiança. Desde o comecinho, daquele receio de falar o que não deve, ou ser interpretada como não deveria. Lembro de quando passávamos horas e horas e horas, sem querer desgrudar, sem querer sair, sem querer desligar. Sem cobrança, sem provocação, sem esses motivos bobos que vão desfazendo o laço que a gente faz, tendo que amarrar de novo. Mas é que é isso que acontece quando conhecemos alguém demais. Eu te conheço, mais do que a mim mesma. Você me conhece. Eu quase sempre sei o que você anda pensando, quase sempre. Te provoco pra poder receber qualquer reação sua em relação a mim, qualquer reação que me faça sentir preocupação, aperto ou amor. De novo. Esse que renasce todos os dias, esse que eu preciso ouvir todos os dias, o que me faz continuar aqui. Chego à conclusão do quão bonito é, de como é bom te ter aqui, de como seria bom te ter aqui. Me entrego em cada detalhe, em cada palavra pra que você perceba o que se passa por aqui, pra que tenha cada vez mais certeza de que eu te amo. Talvez eu até tenha titubeado com a sua confiança em mim por ter te deixado uma vez, por ameaçar ir sem voltar. Mas você devia saber que eu não consigo sem você, que eu sempre volto. Eu não vou te deixar, não posso. Seria como deixar a mim mesma, desistir da vida, já que você é a minha agora. É como se houvesse um elo de ligação, inquebrável, desses que não há tempo ou distância que quebre. Essa reciprocidade que nos faz fortes. Isso que algumas pessoas passam a vida inteira esperando e não encontram. A gente encontrou. Eu encontrei você. Encontrei isso em você. E não há nada que me faça desistir do que eu chamo de felicidade. Não desiste de mim. Eu daria minha vida por você
Beijinhos da
Priscilla Estrela
às
21:14
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Esse Texto é de
Jessica Barreto
terça-feira, 17 de maio de 2011
Não era amor ( Trecho de Divã )
Se não era amor, era da mesma família. Pois sobrou o que sobra dos corações abandonados. A carência. A saudade. A mágoa. Um quase desespero, uma espécie de avião em queda que a gente sabe que vai se estabilizar, só não se sabe se vai ser antes ou depois de se chocar contra o solo. Eu bati a 200 km por hora e estou voltando á pé pra casa, avariada.Eu sei,não precisa me dizer outra vez. Era uma diversão, uma paixonite, um jogo entre adultos. Telvez este seja o ponto. Talvez eu Não seja adulta o suficiente para brincar tão longe do meu patio, do meu quarto, das minhas bonecas. Onde é que eu estava com a cabeça, de acreditar em contos de fada, de achar que a gente muda o que sente, e que bastaria apertar um botão que as luzes apagariam e eu voltaria a minha vida satisfatória,sem seqüelas, sem registro de ocorrência? Eu não amei aquele cara. Eu tenho certeza que não. Eu amei a mim mesma naquela verdade inventada.Não era amor,era uma sorte. Não era amor, era uma travessura. Não era amor, eram dois travesseiros. Não era amor, eram dois celulares desligados. Não era amor, era de tarde. Não era amor, era inverno. Não era amor, era sem medo. NÃO ERA AMOR, ERA MELHOR.
Beijinhos da
Priscilla Estrela
às
21:14
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Esse Texto é de
Martha Medeiros
Tu seras la historia de mi vida
Todo drama é bem vindo: incorpore um nome duplo, assuma a lágrima recorrente nos cantos dos olhos, mantenha a testa enrugada e o choro preso na garganta. Fale o que está engasgado, de preferência para toda a vizinhança, na porta de casa e aos gritos. Mas se resolver guardar sentimentos, fale sozinha: conte para o espelho todas as suas aflições de vida sofrida. Desconfie sempre do seu amante, que é também amante de outra, que tem ainda uma família para criar e não assume a tão bela felicidade de vocês. Ele prometeu, sim, mas no fundo você sabe que esse romance não dará em nada e só restará aquele amigo feinho e gago que faz tudo por você. Amores platônicos, incertezas, angústias, vontades de parar de andar enquanto estou atravessando a rua, medos de me jogar sem querer do viaduto... Muito mexicana essa minha vida, muita intensidade, muito momento, sobra pouco pra amanhã. O que vem depois só me interessa depois.Tu seras la historia de mi vida, hoje, agora. Eu te amo pra sempre até o dia escurecer. Te quero inteiro pela metade e sou eternamente sua em nossas curtas horas.Complete-me assim, sem dizer que sim. Se você se apaixonar, vou ter que sumir. Se disser que me quer, acaba o desafio. Assuma a bagunça que eu sou sem tentar me arrumar, não serei sua, não serei séria, não estarei sóbria. Se eu disser que te amo, pode ter certeza que é mentira. Mal consigo me amar, quanto mais amar alguém que não é o que eu espero.Muito mexicana. Preciso de salsa, samba fossa já não me preenche mais.
Beijinhos da
Priscilla Estrela
às
20:48
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Esse Texto é de
Verônica Heiss
Amor ?
Implico com títulos ou marcas acompanhadas de ponto de interrogação. Podem funcionar graficamente, mas pronunciá-los é uma chatice. Só que no caso do mais recente filme de João Jardim, o questionamento se aplica: aquilo que a gente assiste na tela é amor mesmo? Amor? traz vários depoimentos de homens e mulheres que viveram relações conflituosas ao extremo, com violência física e até risco de morte. Os depoimentos são verdadeiros, e quem os interpreta (de forma comovente, diga-se) são atores que conseguem dar à obra um toque inquestionável de realismo. Tudo aquilo existe.Quando, anos atrás, começou a se falar em “mulheres que amam demais” (há um grupo sério com a abreviatura MADA, que funciona nos moldes dos AA), muito me intrigou o uso do verbo amar como designação de uma patologia. Obsessão e descontrole são doenças sérias e merecem respeito e tratamento, mas batizar isso de “amar demais” é uma romantização e um desserviço. Fica implícito que amar tem medida, que amar tem limite, quando na verdade amar nunca é demais. O que existe são homens e mulheres que têm baixa auto-estima, níveis exagerados de insegurança e que não distinguem amor de possessão. Se assinarmos embaixo de que isso é amar demais, acabaremos achando que quem vive uma relação serena, preservando à individualidade do outro, é alguém que ama de menos.Logo, a pergunta de João Jardim procede e perturba. Impossível se manter neutro diante do filme, pois todos nós já vivemos ou testemunhamos um caso que começou por amor, mas terminou em dor e aniquilamento da identidade. Entre um depoimento e outro, o diretor optou por colocar vinhetas quase líricas, para nos dar um certo respiro diante da turbulência dos relatos. Curiosamente, uma dessas cenas mostra uma mulher mergulhada dentro de uma piscina, estática por alguns minutos. É uma cena aparentemente comum, mas que aos poucos vai angustiando: quanto tempo ela conseguirá ficar sem respirar? Não existe relação sadia se ambos os envolvidos não conseguem respirar. Sufocamento, medo, violência, é tudo prenúncio de morte, enquanto que o amor é matéria-prima da vida, não compartilha com o desfacelamento da alegria. Claro que brigas são comuns e até necessárias para a sólida construção de uma história entre duas pessoas, mas quando usamos essa relação para resolver carências e fantasias da infância (e isso sempre acontece), é preciso encontrar uma medida para que o exagero dessa transferência não ponha tudo a perder.Estamos todos fadados a amores doentis? Depende. Todo amor faz sofrer em determinados momentos, mas estaremos salvos se soubermos transcender o melodrama. Semana que vem vou falar de um amor lindo que terminou de forma trágica, mas cujo sofrimento foi transformado em poesia. Um amor que era amor mesmo, e ponto final.
Beijinhos da
Priscilla Estrela
às
20:34
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Esse Texto é de
Martha Medeiros
segunda-feira, 16 de maio de 2011
O menino que nunca tiro do coração
Embaixo das suas mil camadas de interesses por tudo. Embaixo das mil peles de ansiedade. Existe o menino que nunca tiro do coração. Saudade.Banshee Beat é a música mais linda dessa tarde. E você o menino que nunca tiro do coração. Saudade.Você achando que sentíamos igual por causa do beijo profundo e do olhar dolorido. Você é o menino que nunca tiro do coração. Saudade. Você querendo tirar foto da minha sala. Como se viver fosse o seu turismo eterno. Você sanduíche e eu uma carne de minhocas apaixonadas.Você fazendo a dança do “levar o lixo lá fora” e eu deixando você ver como tenho medo de gostar. Você é o menino que não tiro do coração. Você querendo mandar fósforo pra queimar o presente que tinha acabado de mandar. Todas as suas grosserias e erros chegam sempre com graça.Você me ligando de madrugada. “Vou te processar se você escrever sobre mim”. Eu querendo escrever no céu, no peito de Deus, no meu fígado.Você indo embora dizendo não saber gostar só de mim. Eu pensando apenas que roupa colocaria pra quando você voltasse. O amor corre separado.Você longe de mim por país, por peito, por intenções. E nas músicas, nos livros, nas piadas de youtube, na pele dos outros, na minha ilusão. Você tocando alto o violão, fugindo da foto pra fazer o efeito borrado, me roubando da fila da livraria para um cantinho. Você pra sempre.Em todo espaço, em todo branco, em todo homem, você é o menino que não tiro do coração. Errado, distante, esquecido, apagado e pra sempre.Você me dizendo “não vou te fazer esperar, mas um dia…” Você a desgraça boazinha. Você o “um dia” que não foi quando o dia chegou.Ouço você através de tudo o que é bonito. Toco você em tudo que peço socorro ou só rotina. Você o menino que nunca tiro do coração.Pode ir pra longe, em paz, com ela, sem mim. Mas não esqueça que são 92 mil pessoas seguindo esse amor. E esse amor imenso é todo pra você.
Beijinhos da
Priscilla Estrela
às
13:34
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Esse Texto é de
Tati Bernardi
domingo, 15 de maio de 2011
Todo mundo vai embora
Em algum momento, em vários deles ou definitivamente, as pessoas sempre vão embora. Talvez essa seja a pior coisa do mundo.Ele vai embora, sempre, quando eu preciso de quinze minutos de silêncio complementar à minha entrega, odeio o desespero dele por banhos e a sua ansiedade curiosa pelo que vem depois. Que se dane o depois, eu sou agora, ou pelo menos era.Ele vai embora, sempre, quando o parágrafo passa de três linhas, o pensamento dele ultrapassa meus olhos, o som se perde da minha boca para qualquer outro canto do mundo que não tenha seus ouvidos e ele olha fixamente para qualquer outra coisa que não seja a minha existência. Sempre a mesma cara de tédio e de busca pelo resto que não se repete ou não se prolonga.Ele sempre vai embora quando eu queria que ele se perdesse um pouco, rasgasse a agenda, lançasse o celular no rio, desligasse todos os toques, luzes e sinais de que há todo o resto. Esquecesse do sono, do livro, da planta, das lembranças. Ele sempre vai embora do meu mundo quando eu só queria que ele descansasse um pouco de ser ele o tempo todo, mas ele tem muito medo de não ser ele, talvez porque ele não saiba o que ele é.Ele sempre vai embora pra descobrir quem ele é, ou para lembrar que ele é o mesmo de sempre que não sabe quem é, ele sempre vai embora antes da gente ser alguma coisa juntos.Vivo com essa sensação de abandono, de falta, de pouco, de metade. Mas nada disso é novidade. Antes dele, teve o outro, o outro que continua indo embora para sempre porque nunca foi embora pra sempre. Eu não sei deixar ninguém partir, eu não sei escolher, excluir, deletar. São as pessoas que resolvem me deixar, melhor assim, adoro não ser responsável por absolutamente nada, odeio o peso que uma despedida eterna causa em mim. Nada é eterno, não quero brincar de Deus.O outro foi embora a primeira vez porque estava bêbado demais, foi embora a segunda porque ficou tarde, foi embora a terceira porque teve medo de ficar pra sempre, foi embora durante alguns longos anos porque todo o resto do mundo precisava dele e eu era apenas uma das demandas. Ele me chamou de demanda a última vez que foi embora pra sempre, mas pra sempre pode durar duas horas, dois anos ou duas encarnações. A gente sempre se despede lembrando da música do Chico que diz “o amor não tem pressa, ele sabe esperar em silêncio”.Antes dele teve ainda um outro que sempre ia embora na espera de que existisse algo melhor do que eu, mas não ia definitivamente porque não é todo dia que aparece alguém melhor do que eu. Um dia apareceu, ela até que é bonita e tal, não parece tão confusa e intensa e talvez mediocridade seja tudo de que uma pessoa precise para ser feliz. Mas a última vez que ele foi embora, antes me deu um abraço de quem nunca saiu do mesmo lugar. O abraço e o seu olhar de quem nunca sabe direito porque vai embora ficaram pra sempre comigo.Hoje meu novo amigo foi embora, não pra sempre, mas um segundo pode ser pra sempre se pensarmos grandiosamente, e ele me dá vontade de pensar grandiosamente. Fazia tempo que alguém não ficava tão calado enquanto eu apenas existo, fazia tempo que alguém não ficava tão perdido só porque me encontrou, fazia tempo que eu não me olhava no espelho e sorria, sabendo que sim, sim, sim, sou bonita ora bolas! Sou interessante! Da onde eu tinha tirado o contrário nos últimos meses?Todo mundo chega na sua vida. Em algum momento, em vários deles ou definitivamente, as pessoas sempre chegam. Talvez essa seja a melhor coisa do mundo.Como naquele texto que não lembro, daquela pessoa que não lembro, e sobre o qual você me contou de um jeito que eu nunca mais vou esquecer, no final a gente acaba mesmo numa esquina qualquer, lembrando de alguém que um dia chegou e depois foi embora, perplexo.
Beijinhos da
Priscilla Estrela
às
23:17
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Esse Texto é de
Tati Bernardi
Me encante
Me encante da maneira que você quiser,como você souber.Me encante para que eu possa me dar.Me encante nos mínimos detalhes.Saiba me sorrir, aquele sorriso malicioso e gostoso, inocente e carente.Me encante com suas mãos, gesticule quando for preciso,me toque, quero correr esse risco.Me acarinhe se quiser, vou fingir que não entendo,que nem queria esse momento.Me encante com seus olhos, me olhe profundo,mas só por um segundo,depois desvie o seu olhar,como se o meu olhar,não tivesse conseguido te encantar....e então, volte a me fitar, tão profundamente, que eu fique perdida sem saber o que falar.Me encante com suas palavras, me fale dos seus sonhos, dos seus prazeres,me conte segredos, sem medos...e depois me diga o quanto eu te encantei,pode até não ser verdade, mas me faça acreditar, eu vou gostar.Me encante com serenidade, mas não se esqueça,também tem que ser com simplicidade, não pode haver maldade.Me encante com uma certa calma, não tenha pressa,tente entender a minha alma.Me encante como você fez com a primeira namorada,sem subterfúgios,sem cálculos,sem dúvidas, com certezas.Me encante na calada da madrugada,na luz do sol ou embaixo da chuva.Me encante sem dizer nada ou até dizendo tudo,sorrindo ou chorando, triste ou alegre...mas me encante de verdade, com vontade...que depois, eu te confesso que me apaixonei e prometo te encantar todos os dias, do resto das nossas vidas!!
Beijinhos da
Priscilla Estrela
às
23:09
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Esse Texto é de
Pablo Neruda
Será que sou a unica idiota do mundo?
Olho para a pilha de papéis que devo ler e anotar em vermelho e penso: caguei.Preferia umas cem vezes te ver saindo do banho novamente, limpo de mim.Pronto pra se sujar de mim novamente.Aí olho para essa pilha de livros que ensinam a roteirizar e penso: grande merda.Prefiria repassar pela milésima vez o roteiro que começa com você me beijando mais intenso, evolui pra você me beijando mais pra baixo e termina com você me beijando já sem forças.(...) Chegou um e-mail com a programação completa do meu curso de yoga.Chegou outro com uma planilha de Excel cheia de datas que eu devo cumprir.Chegou outro com a mais nova modalidade de assalto na Henrique Schaumann.Grande bosta.Eu só queria que chegasse um e-mail seu.Ou melhor: que você chegasse ao vivo.E que você me trouxesse aqui a sua barriga, a sua nuca, a parte mais branca das sua coxas, a sua cara de bravo até pra sentir prazer e o seu cheiro de cigarro com amaciante.Me traz você, por favor.Me traz e leva embora todas essas coisas chatas que só servem para ocupar minhas horas enquanto você não chega.(...) A internet me diz que a crise aérea não tem solução.E essa minha saudade de você? Será que tem?Não, o segundo casamento não é uma praga papa, praga é sentir isso.Praga é acumular jornais, revistas, livros e papelada.Tudo sem ler. Tudo sem sentir.(...) Aí eu tomo um banho bem quente, pra te espantar da minha pele.E canto bem alto, pra te espantar da minha alma.E escovo minha língua bem forte, pra separar seu gosto do meu.(...) E eu escrevo um parágrafo e corro pra ver se tem e-mail.E eu escrevo uma linha e corro pra ver se tem mensagem de texto.E eu não escrevo nada e também não corro, apenas deixo você chegar aqui do meu lado, em pensamento.E me pego sorrindo, sozinha.E me pego nem aí para todo o resto.Mas sabe o que acontece enquanto isso?Enquanto eu não me movo porque estou lotada de você e me mover pesa demais?O mundo acontece.O mundo gira.As pessoas importantes assinam contratos, ganham dinheiro.As pessoas simples lutam por um lugar na condução, um lugar no mundo.Estão todos lutando.Estão todos ganhando dinheiro.Estão todos fazendo algo mais importante e mais maduro do que suspirar como uma idiota e só pensar em você.Eu tenho muita inveja dessas pessoas maravilhosas, adultas, evoluídas e espertas que conseguem separar a hora de ir a uma reunião de condomínio com a hora de desejar alguém na escada do condomínio.A hora de marcar o dentista com a hora de engolir alguém.A hora de procurar a palavra "macambúzio" no dicionário com a hora de se perder com as suas palavras que de tão simples parecem complexas.A hora de ser inteira e a hora de catar meus pedaços pelo mundo enquanto você dá sinais desmembrados.Eu não consigo nada disso, eu me embanano toda, misturo tudo, bagunço tudo.A minha única dúvida é se sou a única idiota a fazer isso comigo ou se sou a única idiota a admitir que faço isso comigo.
Beijinhos da
Priscilla Estrela
às
11:03
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Esse Texto é de
Tati Bernardi
sexta-feira, 13 de maio de 2011
O unico lugar pra sempre
Mesmo sabendo que eu colocaria em risco essas coisas que faço e me soam tão bem. O Pilates, por exemplo, que faço às terças e quintas duas horas após almoçar na minha mãe. Isso me parece um pedaço agradável de uma agenda encantada, dias felizes, nada demais. A aula de dança das segundas e quartas, a acupuntura da sexta, a análise quinta cedinho, o parque do sábado a hora que der na telha, o japonês com a Letícia, meu emprego na televisão e na editora que me permitem mandar em boa parte do meu tempo sem ser, por isso, uma louca duranga, o costume de escrever até tarde ouvindo Beck ou Antony and the Johnsons, os mocinhos que aparecem, com intervalos de dez ou vinte dias, e me abastecem de um gostar possível e descartável, algum bar chato que serve pra me tirar de casa e até mesmo rir de um ou outro ser humano mais parecido com o que eu acho que deveria ser um ser humano. Nada disso me soa banal e aprendi mesmo a chamar de minha vida. Agora serão dias achando tudo idiota e até mesmo medíocre. O Pilates, os almoços em família, os bares, tudo uma tortura. Ainda assim, mesmo sabendo que depois é cheia de dor que carrego minhas horas, ainda assim eu cortei o cabelo um dia antes e comprei uma jaquetinha preta em promoção. Ainda que sentir de verdade pareça uma outra vida, às vezes cansa viver dentro das coisas que invento. Com você, mesmo eu inventando tudo também, dá pra ter essa sensação de desordem, atropelamento, vida dizendo e não minha cabeça falastrona. Mesmo sendo ofensivo pra minha existência que pessoas como você existam. Mesmo que sua tristeza e preguiça e desistência mostrem pra minha frescura de sentidos como tudo pode ser amargo e pior: mostre que tudo sempre foi e eu é que, vai ver, sou forte ou abençoada demais pra não sucumbir. Mesmo que sua alegria nunca seja por mim. E que sua alegria torne, quando por mim, minha vida intolerável. Sua existência é um absurdo e isso é a maior verdade que me vem à mente quando penso em você ou estou ao seu lado. Passamos a tarde juntos. Foi leve e eu estava quieta, coisa que nunca aconteceu nenhuma das vezes que saímos. Eu estava sempre histérica e hoje eu estava muito quieta, até demais. Talvez seja porque eu não tenho mais a euforia louca de ser amada. Eu piro quando alguém me ama e ao ver em você a calmaria dos vencedores corriqueiros, larguei o corpo. Acabou sendo boa, a sensação de tarde ordinária, encontro ordinário. Eu pude habitar o papel de amiga caminhando ao lado, uma forma de ouvir por perto sua respiração pigarrenta que amo como se fosse o único sopro saudável do mundo. Eu permaneci e isso foi diferente, triste, insuportável, mas possível. Como os mortos que ficam em qualquer lugar, até mesmo embaixo da terra. Morto não deseja e por isso mesmo permanece. Acho que seu desejo morreu e talvez o meu também, já que boa parte desse amor enorme que eu sentia e sinto por você, vinha e venha da minha alegria desmesurada em me sentir amada pelos meus próprios sonhos. Você encerrava em mim eu mesma e era uma loucura tudo, como eu sentia, como eu queria me vomitar e ensanguentar e explodir e rodopiar em mim até furar o chão como uma broca desgovernada e depois sair derrubando o mundo como o único pião que sabe a verdade e precisa chacoalhar seu entorno pra não enlouquecer sozinho. Era uma loucura tudo. Mas a morte, o fim, nós, andando calmos, ao lado um do outro, isso me permitiu estar de alguma forma sem querer habitar cada instante do estar e para isso me retirando o tempo todo. E isso pode ser viver mas viver é terrível. E antes, quando eu não sabia viver e me sentia amada, era ainda mais terrível. Daí que sobra essa sensação de uma solidão filha da puta mil vezes pois em nada dá pra ser com você. E tudo bem, não é você, nunca foi, mas escuta a maluquice: é que nada disso impede que eu sinta um amor absurdo por você.Me peguei uma hora, olhando você, andar, tão feinho, seu ombro encolheu um pouco, cada dia que passa mais e mais é uma concha o que você se torna. Dessas que é mentira a pérola e o som do mar, mas eu os vejo, o tempo todo. Você andando desse seu jeito meio de louco, que chacoalha a cabeça. E se veste mal quando pouco se importa, eu sei, eu entendi. E a manga suja de café. A roupa bege da cor de tudo que é você. Você é tão errado e cheio de estragos. E me peguei olhando pra tudo isso e amando tanto, tanto, tanto. Como se nada mais no mundo fosse tão bonito ou correto ou mesmo perfeito porque perfeito é o que não tem mesmo cabimento. O resto nem existe porque vemos ou explicamos. Na sua varanda sem céu, certa vez, você se sentou naquela cadeira sem fundo. Me colocou no seu colo e me deu o abraço que disparava corações em mim como se eu tivesse um em cada nó de veia. E me disse, com sua voz tão bonita, a mais bonita que eu já ouvi, que eu tinha subido todos os seus andares. Eu entendi que você era o homem da cobertura de aço e eu uma espécie rara de passarinho que tinha algum tipo de chave que se autodestruiria em poucos segundos. E eu entendi também que agora que tinha chegado ali, só me restava pular, já que ninguém aguenta o alto tão alto muito tempo. A vertigem que era o nosso amor. Minhas olheiras, meu cansaço, meus quarenta e dois quilos. Eu poderia morrer porque você tinha uma carninha mais mole atrás da sua orelha direita e isso me impossibilitava, dia após dia, que eu vivesse sem sentir você o tempo todo. Mas quem é mesmo que morre dessas coisas? Não, não podemos, com tanta coisa pra fazer, os meninos de dez a vinte dias, os bares, e almoços, o Pilates, a dança, os empregos, escrever, tudo isso que é minha vida antes e depois de você. Tudo isso que daqui a pouco, quando a sensação desgraçada de absurdo e solidão passar, tudo isso volta, se acomoda, a agenda mágica, o gostosinho no peito, esquecer você todo dia um pouco pra vida e todo dia muito pro dia. Mas agora, hoje, guarda isso, eu amo demais você. Por que escrevo? Porque é a minha vingança contra todas as palavras e sensações que morrem todos os dias mostrando pra gente que nada vale de nada. Toma esse texto, o único lugar seguro e eterno pra gente.
Beijinhos da
Priscilla Estrela
às
23:30
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Esse Texto é de
Tati Bernardi
Você está nas coisas tão mais lindas
Como a chuva que lava, teu sorriso faz de mim imensidão. E Deus lá de cima pára pra admirar como sua respiração forte em um abraço nosso faz meu corpo inteiro tremer. E Ele faz um 'shhhh' bem suave pra que o mundo inteiro fique quietinho e você escute meu coração bater forte por ver seus olhos marejados buscando fundo a minha alma, dentro dos meus. Aquele azul límpido que pisca, que pestaneja, que se espreme em um sorriso devastador e que vai embelezando tudo pelo caminho. O sorriso que não perdoa, que insiste em deixar as coisas lindas ainda mais lindas só porque você está. O mundo é mais bonito quando você está.Seus olhos são o farol que me guia, que me puxa, que me traz pra perto de você. O farol mais azul, mais brilhante e certo do mundo inteiro. Aí eu descubro que é certo estar perto de você. Seguro a sua mão como quem atravessa uma ponte sobre abismo, com a certeza de que não existe mãos que se encaicaixam tão perfeitamente como as nossas se encaixam. É como se você, só por estar, já tivesse transformado guerra em território pacífico, você me entende? Deixa o ar mais leve, enche meu peito com uma plenitude suave. Quando você passa seus dedos nos vãos da minha mão, e depois aperta bem forte - pra nunca mais soltar - é como se existisse uma invasão com ares de segurança que cobrisse perfeitamente tudo ao redor. E o tempo já não importa mais, perder a hora é insignificante quando você está entre as coisas mais lindas que eu já vivi. Deito no seu colo sabendo que você sempre vai cuidar de mim, acaricio seu rosto e suas costas como se fosse a tarefa mais importante do mundo a se fazer. Porque naquele momento é a coisa mais importante e cuidadosa que eu poderia fazer dentre todas as coisas do mundo. Te faço pequenas surpresas só pra ver tua cara de bobo feliz, só pra admirar e arrancar um pedacinho daquele sorriso de olhos brilhantes que me cativa todos os dias. Passo a mão nos seus cabelos que eu mesma cortei, e experimento como é sentir a carequinha mais gostosa do universo de se tocar. Mordo seu queixo, sinto seu perfume e sei que você é mesmo o melhor presente que Deus poderia me dar. E aí eu ando de mãos dadas com você na rua pensando que as pessoas nem imaginam o quanto somos felizes só de saber que o outro está em algum cômodo da casa.Uma das coisas que mais me faz feliz é ter você me acordando de manhã e dando um beijinho de leve pra não me assustar. E ver que você sente uma alegria forte meio sem motivo por ver a minha maneira preguiçosa de querer continuar dormindo quase todos os dias. E que você quer muito essa alegria preguiçosa todos os dias na sua vida. Te puxar pra deitar comigo na cama quentinha e esquecer do mundo lá fora que cobra tanta coisa sem sentido da gente. Coisas que nós dois não precisamos e nem queremos que fiquem dentro da gente. Deito no seu peito e espio seus olhos com um sorriso meio moleca no rosto de quem sabe que é feliz com muito pouco. Respiro o cheirinho da sua pele e sinto vontade de ficar grudada no seu pescoço pelo resto do dia, ou o resto da vida, se isso for possível. E é, eu sei que é. Eu sei que você chegou pra nunca mais ir embora, que é pra gente compartilhar uma vida inteirinha juntos. Olha só: Deus me contou em segredo que é pra eu cuidar de você, e que a nossa felicidade não é dessas fúteis e passageiras que se vê por aí. Ele me disse que a gente ainda vai muito longe, e eu boto a maior fé nisso, se você quer saber.Quando você está, eu me sinto mais forte. Quando você prepara a mesa do café da manhã pra gente, eu sei que você é minha maior preciosidade. E quando você escreve um "eu te amo" de pasta de dentes no espelho, eu quase choro emocionada por te ganhar como o presente mais lindo que outras pessoas jamais vão experimentar. E quando a gente conversa baixinho olhando nos olhos eu sei que os outros nunca vão saber realmente o quanto somos agradecidos por tudo o que já passamos juntos. Porque mesmo tendo nada, fomos o casal mais feliz do mundo tomando café frio em cima da caixa de isopor enquanto pintávamos a minha casa. Porque fomos felizes dividindo um sofá, seremos felizes vendo um bando de toquinhos correndo em nossa futura casa. Porque quase choramos simulando um pedido de casamento, temos a certeza de que mesmo debaixo de um arbusto do seu trabalho faríamos uma cerimônia de casamento das mais bonitas do mundo. O que importa é o que sentimos por dentro.Caminhar até a minha aula com você está entre as coisas mais lindas. Incluindo andar de bicicleta, deitar na grama da pracinha, tomar sorvete e lavar o carro do seu pai. Estar com você é a coisa mais linda, e a que mais me tira o fôlego me dando tanto chão ao mesmo tempo. Eu quero te roubar pra mim, e uma vida inteira é pouco pra isso.
domingo, 8 de maio de 2011
Aviso Prévio
Entrei na sala escura e pequena. Senti uma claustrofobia enorme. Abre aí uma janela, liga o ar, qualquer coisa. Não, tinha que ser jogo rápido. Diga logo ao que veio que eu tenho mais o que fazer. Eu vim pedir demissão. Disse. Já me arrependendo. Mas preferindo isso do que ser demitida por incompatibilidade ao cargo. Ele me olhou, olhou, olhou de novo. Por cima dos óculos. Então você quer se demitir do amor? Isso mesmo, querido chefe coração. Eu quero desaparecer daqui. Quero que você se exploda. Veja bem. Um dia lindo lá fora. Quinhentas coisas pra fazer. E eu presa aqui o tempo todo. Nessa salinha mofada. Trabalhando vinte e cinco horas por dia sem dormir, sem ver a luz do dia e sem ganhar nada por isso. Vivo exausta e abatida. Chega. Isso é trabalho escravo. Você me deve férias há anos. Você sempre me garante que agora, agora finalmente é a minha vez. Vou crescer na empresa. Vou me dar bem. Vou ter aumento. Mas nunca é a minha vez. Vou morrer estagiária se continuar aqui. Sempre que estou saindo pra almoçar, você aparece em minha mesa e me dá papeladas e mais papeladas de angústias e ciúmes. E mais uma vez deixo de comer pra cuidar de você. Sempre que estou saindo pra me divertir um pouco, esquecer o dia desgastante, esquecer que você me suga, esquecer que bato cartão diariamente numa empresa que jamais me valoriza, você aparece e me dá papeladas e mais papeladas de saudades e fidelidades. E nisso os dias passam e não saio do mesmo lugar. Mas olha. Está um dia tão bonito lá fora. E são tantos outros empregos que posso arrumar. Minha bunda, por exemplo, tá precisando de um reforço já faz tempo mas eu nunca apareço.
Ela está quase falida. Meu cérebro, coitado, já desistiu de me oferecer mais dinheiro pra me levar daqui. Eu sempre acabo ficando. Escrava sua. Seu explorador desgraçado. Eu quero a demissão agora. Quero viajar com carro conversível e cantar. Quero trepar com alguém que você não goste sem ser bipada por você na hora H. Sem ter que voltar correndo pra fazer suas vontades imperantes.Já que não tem final de semana,
madrugada ou Carnaval, esse é o jeito. Demissão. Desisto. Me demito. O quê? Aviso prévio. Quem disse? É lei. Tá bom. Aviso prévio. Mas eu te juro, só mais uma semana. Aproveita bem que está acabando. E se você for esperto, metade do que bota banca que é, me contrata antes de me perder pra sempre.
Ela está quase falida. Meu cérebro, coitado, já desistiu de me oferecer mais dinheiro pra me levar daqui. Eu sempre acabo ficando. Escrava sua. Seu explorador desgraçado. Eu quero a demissão agora. Quero viajar com carro conversível e cantar. Quero trepar com alguém que você não goste sem ser bipada por você na hora H. Sem ter que voltar correndo pra fazer suas vontades imperantes.Já que não tem final de semana,
madrugada ou Carnaval, esse é o jeito. Demissão. Desisto. Me demito. O quê? Aviso prévio. Quem disse? É lei. Tá bom. Aviso prévio. Mas eu te juro, só mais uma semana. Aproveita bem que está acabando. E se você for esperto, metade do que bota banca que é, me contrata antes de me perder pra sempre.
Beijinhos da
Priscilla Estrela
às
20:19
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Esse Texto é de
Tati Bernardi
sexta-feira, 6 de maio de 2011
Gosto de gente de verdade
Se você não consegue ser, por favor, não perca o seu tempo comigo. Sempre fui de me dar assim, refazendo verbos, iniciando frases, completando palavras. E quando alguma coisa falta, tudo bem, existe abraço que fala, olhar que entende, sorriso que é cúmplice. A gente precisa perder a mania de complicar as coisas. Sei que escrever é bonito e viver às vezes dá um trabalhão. Me complico também, não pense que não. Mas sou toda de verdade, entende? Por mais que saia da boca alguma coisa com um quê de inverdade, os olhos nunca traem o que faz meu coração bater ou ficar mudo. E ele perde a voz muitas vezes. Ou fica rouco. Louco. Coração, você sabe, é um pouco temperamental e difícil de conviver, ainda mais o meu. O que eu peço é que você seja sempre de verdade também. Que me queira assim, imperfeita e cheia de confusões. Que saiba os momentos em que eu preciso de uma mão passando entre os fios de cabelo. Que perceba que às vezes tudo o que eu preciso é do silêncio e do barulho da nossa respiração. Que veja que eu me esforço de um jeito nem sempre certo. Que veja lá na frente uma estrada, inteiramente nossa, cheia de opções e curvas. E que aceite que buracos sempre terão. O que eu peço é que você me veja de verdade. Que não queira a melhor mulher do mundo. Que você olhe dentro de mim e veja o que eu sou, com meus momentos de sabedoria, esperteza, alienação e ingenuidade, porque eu nunca vou saber tudo. E entenda que de vez em quando faço questão de não saber nada. Que você note que eu faço o melhor de mim e vezenquando desconheço o que eu realmente posso ser. Peço que você tenha paciência grátis e um colo que não faça feriadão. Que me ensine mais, a cada dia, o meu. E o seu.Dizem que quando o eu te amo é muito dito ele não vira mais um eu te amo, passa a ser um bom dia ou um oi, tudo bem? Isso me preocupou, logo que eu soube, porque a gente diz muito e sempre. Eu te amo, eu te amo, eu te amo. É que amores grandes assim não cabem dentro do peito, precisam de espaço. Saem pela boca, dedos, olhos.E quer saber? Quem diz isso não deve amar assim não. Porque quando a gente ama não se guarda.
Beijinhos da
Priscilla Estrela
às
14:15
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Esse Texto é de
Clarissa Corrêa
quarta-feira, 4 de maio de 2011
Voltas e Voltas e lugar nenhum
Desculpa, eu sei que não faz sentido te escrever agora e já faz tempo desde que esse sentido sumiu. Por minha culpa. Mas é que hoje tem tanta gente aqui e ninguém me vê... Você me viu num momento desses e é do seu olhar que eu sinto falta. Do mundo parando só pra você ser meu.Vem me buscar, me leva pra longe daqui. No caminho de lugar nenhum eu te explico sobre minha fuga e os motivos de eu decidir voltar. Eu desisto de desistir de você. Sei que eu não posso querer você só de vez em quando, nem fazer você esperar eu me apaixonar. Só fica mais um pouco. É da sua companhia que eu preciso pra respirar agora.Não precisa dizer nada. Seu silêncio é meu refúgio e você é minha madrugada fria de outono. Seu sorriso me aquece e nada mais faz sentido sem esses segundos que parecem horas quando estou presa nos seus olhos. Você já não pode ser o que eu quero. Porque você é mais que isso. Você é tudo o que eu queria merecer.Desculpa, eu sei que te incomodo ligando sem parar no seu celular pra dizer nada. Mas sua voz faz a corrida maluca do meu cérebro parar. Cura minhas náuseas da angústia de não saber. E você é tão educado, tão carinhoso. Finge que não atrapalho e pergunta se pode me ligar depois - Pode sim, querido, quantas vezes quiser - Só pra eu dizer "não era nada, dá pra você vir pra cá me ver?" e você, tão sem saber como lidar com dramas femininos, diz que tenta passar depois da academia.Eu não deixo você seguir em frente, não é? Estou sempre no seu caminho fazendo você tropeçar no passado. Esse não era o papel que eu queria, pode ter certeza. Queria fazer valer seus instantes perdidos me observando numa festa cheia e tentando entender meus enigmas. Eu sou uma decepção. Parecia tão interessante, tão cheia de luz. E agora sou essa criança que só quer agarrar você e proibir de brincar com os outros amiguinhos. Só meu, não empresto.Não desiste de mim. Por trás de tanta indecisão tem alguém que precisa de companhia mesmo fingindo que não. Tem alguém que odeia todo mundo num segundo e chora de saudades de todos no segundo seguinte. E de você principalmente. Desculpa. Eu realmente não queria ser assim pra você.
Beijinhos da
Priscilla Estrela
às
21:43
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Esse Texto é de
Verônica Heiss
Sorte
Eu sou sortuda.Depois de tentar me descrever por diversas (e inúteis) vezes, pude chegar a esta simples conclusãoSortuda. Claro, milhões de mulheres, assim como eu, também são sensíveis. Também vivem com a cabeça na lua, esquecem as chaves de casa, são caseiras, friorentas, chegadas num drama e apreciam as espontaneidades. Difícil é serem sortudas.Então porque eu gastaria linhas descrevendo características tão comuns quando tenho um verdadeiro pé de coelho nas mãos?Pois a sorte conhece meu endereço e bate à minha porta. Está aqui, presente do bingo ao trevo de quatro folhas.E eu sei, eu sei que você dirá que sorte não existe, que o que existe são conquistas. Então chame de acaso, coincidência, fé, o que for. Independente do nome, aqui tem de sobra.E antes que você pergunte onde está meu bilhete premiado na Mega Sena, onde foi parar o carro que ganhei no último sorteio ou quanto dinheiro andei achando na rua, é bom avisar:Sorte pra mim é ver o carrinho de picolé chegando. É compartilhar gargalhada na segunda. Acordar com vontade de fazer bolo e ver que tenho os ingredientes. É ganhar beijo roubado. É ir à locadora e conseguir “O mágico de Oz” por dez reais. É ter um pai que trabalhou na Lacta, depois na Kibon. E uma mãe que parece ter trabalhado no céu.De onde eu venho, sorte é conseguir me formar na profissão que eu queria, e já empregada. É ver que a margarida que você me deu e eu plantei no jardim, pegou. Que as fotos de ontem ficaram bonitas. E que, o moço do meu lado, é muito, muito mais do que eu pedi a Deus.Sorte pra mim é sol no sábado. É pijama até às 3. É reunir os melhores amigos com chapeuzinho de aniversário. É saber que amanhã é sexta. E que os problemas já podem ser substituídos.Sorte é saber que eu sou forte, capaz e saudável. E saber que eu não sou um monte de coisas. Mas que posso ser.É ter pra quem ligar quando eu quero rir. E ter alguém pra chamar quando eu quero colo.É, acima de tudo, saber perceber que EU tenho sorte.Sorte é ter um passado doce e o açucareiro nas mãos.
Beijinhos da
Priscilla Estrela
às
20:45
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Esse Texto é de
Milena Gouvêa
terça-feira, 3 de maio de 2011
Saudadezinha
Eu to numa fase bacana da vida, sem nós no peito (o que por um lado é ruim, pois a paz sempre me dá alguns quilinhos a mais e alguns textos a menos), mesmo assim resolvi fazer uma sessão nostalgia. Não sei se é porque agora, nesse exato momento, estou ouvindo “To know him is to love him”, da Amy. Só sei que a noite está pedindo e resolvi fazer uma sessão nostalgia. Lembro com carinho de quando nos conhecemos, você parecia um cara tranquilo demais, caseiro, mas com o tempo percebi que era não era bem isso. Também me faz bem lembrar que você nunca, nunca se alterava. Trouxesse o garçom o pedido errado pela terceira vez ou fizesse um playboy qualquer barbeiragem em cima do seu carro. Você nunca estragava nossas noites. Eram tão raros os nossos momentos e sempre eram bons. Eu tenho saudade de mil coisas e todas essas mil coisas sempre caem na mesma única coisa de que eu tenho tanta saudade: das suas histórias. Me faz muita falta ouvir sobre sua vida, suas histórias, seus medos, seus desejos, suas angústias. E como me faz bem saber o quanto você confia em mim, o quanto você se sente bem em conversar comigo.Gosto tanto de lembrar tudo o que vivemos em apenas um ano. As brigas, discussões sem fundamento, os momentos bons, que foram muitos. Aprendi muito com você, coisas que levarei pro resto da minha vida. Lembro que você me ensinou que drama não funciona contigo. Que a raia reproduz daquela forma estranha, dentro daquela casquinha preta, e que cavalos marinhos quando secam podem ser uma bela decoração. Que vodka não se bebe em Rio do Sul. Que amigos mesmo, os de longa data, também brigam, mas que no fim tudo se resolve. Que soro caseiro se faz com uma pitada de sal e uma colher de açúcar, e que devemos tomar em apenas um gole. Que molho vermelho fica bem melhor com manjericão. E correr na praia com chuva pode ser divertido de madrugada. Que o casal da mesa ao lado pode ser uma ótima companhia. Ah! E que pegar carona no guarda-chuva de pessoas estranhas pode ser engraçado. Que o cara de cadeira de rodas pode nos surpreender. E que quando você fala mais alto, e eu falo mais alto ainda, é minha hora de calar a boca, por que você sempre vai ter razão. Você me ensinou muita coisa, a te respeitar, te admirar, te querer, só não me ensinou a te amar, isso aprendi sozinha.Você me fez perceber que ciúme é um saco, principalmente quando você invoca em algo ridículo, mas eu mesmo assim acho lindo. Sabe, quando estamos distantes, mesmo que por horas, sinto muita saudade, de dormir abraçada, de encaixar o rosto no vão das suas costas e querer ser embalsamada ali por mil anos.A vida fica surda sem você, porque o volume do mundo abaixa para ouvir meu grito interno. O mundo fica passando como um filme Super Oito na parede, as pessoas estão felizes, mas parece que faz tempo demais e sentido nenhum. Sem você sinto essa felicidade sem som, como se por maior que fosse um sentimento, ele já nascesse com defeito.Eu sei que eu posso muitas coisas sem você, e eu sei que, se eu tomar um banho quente e comprar uma roupa nova, talvez eu possa querer uma coisa que seja, só uma, sem você. Nada muda no mundo quando você não caminha ao meu lado, as pessoas quase não percebem que falta metade do meu corpo e que eu não posso ser muito simpática porque toda a minha energia está concentrada para eu não tombar.Às vezes sinto que você vai me querer pra sempre, e vai assumir tudo isso e ficar ao meu lado pra sempre. Por que eu ainda sou frágil, preciso de você, preciso que cuide de mim. Mas não quero sujar nosso amor com a minha mania de amar despedaçada e esfarelada, quero ficar toda inteira pra quando você me quiser.Eu tenho saudades de tudo. Da gente acordar a vizinha de tanto rir de coisas bestas, do seu carro sempre bagunçado, da paciência que você tinha com meus quase doze anos a menos, da mania que tenho de arrumar sua casa, suas roupas em cima da cama enquanto você tomava banho e de quando você me apertava no escuro e falava, baixinho: “ai, como essa menina gosta de fazer drama!”.Sabe aquele cantor que agora é ator e autor? Aquele que cantava “você venceu, batata frita”. Ele me fez pensar em nós agora. Taí. O amor venceu. Você venceu. Venceu. Venceu. Venceu. E eu acabo de descobrir, simples assim, a única maneira de me livrar desse sentimento: aceitando ele, parando de querer ganhar dele.Pois é te amo mesmo, talvez pra sempre. Mas nem por isso eu deixo de ser feliz ou viver minha vida. Foda-se esse amor. E como você diria: foda-se você.
Te amo de todas as maneiras possíveis. Sem pressa, como se só saber que você existe já me bastasse. Sem peito, como se só existisse você no mundo e eu pudesse morrer sem o seu ar. Sem idade, porque a mesma vontade que eu tenho de transar com você no banheiro eu tenho de passear de mãos dadas com você empurrando nossos netos. E por fim te amo até sem amor, como se isso tudo fosse tão grande, tão grande, tão absurdo, que quase não é. Eu te amo de um jeito tão impossível que é como se eu nem te amasse. E aí eu desencano desse amor, de tanto que eu encano. Pois ninguém acredita na gente, nem você. Mas eu te amo também do jeito mais óbvio de todos: eu te amo burra. Estúpida. Cega. E eu acredito na gente.Sabe, não é um sentimento egoísta e muito menos possessivo. É apenas uma saudadezinha. Gostosa, tranqüila, bonita, saudável, de longe. E, quem diria: leve.
Te amo de todas as maneiras possíveis. Sem pressa, como se só saber que você existe já me bastasse. Sem peito, como se só existisse você no mundo e eu pudesse morrer sem o seu ar. Sem idade, porque a mesma vontade que eu tenho de transar com você no banheiro eu tenho de passear de mãos dadas com você empurrando nossos netos. E por fim te amo até sem amor, como se isso tudo fosse tão grande, tão grande, tão absurdo, que quase não é. Eu te amo de um jeito tão impossível que é como se eu nem te amasse. E aí eu desencano desse amor, de tanto que eu encano. Pois ninguém acredita na gente, nem você. Mas eu te amo também do jeito mais óbvio de todos: eu te amo burra. Estúpida. Cega. E eu acredito na gente.Sabe, não é um sentimento egoísta e muito menos possessivo. É apenas uma saudadezinha. Gostosa, tranqüila, bonita, saudável, de longe. E, quem diria: leve.
Beijinhos da
Priscilla Estrela
às
14:29
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Esse Texto é de
Tati Bernardi
E se ele pensa em você?
Ele pode estar olhando as suas fotos . Neste exato momento . Porque não ? Passou-se muito tempo . Detalhes se perderam . E daí ? Pode ser que ele faça todas as coisas que você faz . Escondida . Sem deixar rastro nem pistas . Talvez ele faça aquela cara de dengoso e sinta saudade do quanto você gostava disso. Ou percorra trajetos que eram seus, na tentativa de não deixar que você se disperse das lembranças . As boas . Por escolha ou fatalidade, pouco importa, ele pode pensar em você . Todos os dias . E ainda assim preferir o silêncio . Ele pode reler seus bilhetes, procurar o seu cheiro em outros cheiros . Ele pode ouvir as suas músicas, procurar a sua voz em outras vozes . Quem nos faz falta acerta o coração como um vento súbito que entra pela janela aberta . Não há escape . Talvez ele perceba que você faz falta . E diferença . De alguma forma, numa noite fria . Você não sabe . Ele pode ser o cara com quem passará aquele tão sonhado inverno em Paris . Talvez ele volte . Você confia nele?
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