quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
Diário da tua ausencia
Gosto de você alem da minha imaginação
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
A louca do Jardim
Olhe, não fique assim não, vai passar.
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Vai passar
Contarás nos dedos os dias que faltam para que termine o ano, não são muitos, pensarás com alívio. E morbidamente talvez enumeres todas as vezes que a loucura, a morte, a fome, a doença, a violência e o desespero roçaram teus ombros e os de teus amigos. Serão tantas que desistirás de contar. Então fingirás - aplicadamente, fingirás acreditar que no próximo ano tudo será diferente, que as coisas sempre se renovam. Embora saibas que há perdas realmente irreparáveis e que um braço amputado jamais se reconstituirá sozinho. Achando graça, pensarás com inveja na largatixa, regenerando sua própria cauda cortada. Mas no espelho cru, os teus olhos já não acham graça.
Tão longe ficou o tempo, esse, e pensarás, no tempo, naquele, e sentirás uma vontade absurda de tomar atitudes como voltar para a casa de teus avós ou teus pais ou tomar um trem para um lugar desconhecido ou telefonar para um número qualquer (e contar, contar, contar) ou escrever uma carta tão desesperada que alguém se compadeça de ti e corra a te socorrer com chás e bolos, ajeitando as cobertas à tua volta e limpando o suor frio de tua testa.
Já não é tempo de desesperos. Refreias quase seguro as vontades impossíveis. Depois repetes, muitas vezes, como quem masca, ruminas uma frase escrita faz algum tempo. Qualquer coisa assim: - ... mastiga a ameixa frouxa. Mastiga , mastiga, mastiga: inventa o gosto insípido na boca seca ...
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
O Problema
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Toque de Recolher
A terapeuta dele, uma tia holística com voz de pata morrendo afogada, um belo dia abriu a porta do seu consultório para mim e, sem nunca ter me visto na vida e nem ouvido a minha versão, já foi logo dizendo “você estragou tudo sendo louca, quem te aguenta?” Essa frase me acompanhou pelos últimos meses não me deixando dormir, comer, trabalhar, gostar, respirar ou sorrir direito.
Mas hoje, enquanto trabalhadores são mortos confundidos com bandidos aproveito para fechar todas as minhas portas e me proteger da insanidade descontrolada do mundo. É chegada a hora do meu toque de recolher.
Começo fechando a porta do consultório da pata afogada, dizendo a ela que sim, ela tinha toda a razão: eu era realmente louca e insuportável. Mas que mulher não seria louca e insuportável ao lado de um homem que, sempre sorrindo para disfarçar que é humano, sempre em bando para disfarçar que sente fraquezas e sempre dormindo para disfarçar que está vivo, não tem a menor idéia do que quer fazer agora, daqui dez horas e daqui dez anos?
Só ele conheceu uma mulher corajosa que admitiu todos os medos, todas as neuroses, todas as inseguranças, toda a parte feia e real que todo mundo quer esconder com chapinhas, peitos falsos, bundas falsas, bebidas, poses, frases de efeito, saltos altos, maquiagem e risadas altas. Ninguém nunca me viu tão nua e transparente como você, ninguém nunca soube do meu medo de nadar em lugares muito profundos, de amar demais, de se perder um pouco de tanto amar, de não ser boa o suficiente.
Só ele viu meu corpo de verdade, minha alma de verdade, meu prazer de verdade, meu choro baixinho embaixo da coberta com medo de não ser bonita e inteligente. Só para ele eu me desmontei inteira porque confiei que ele me amaria mesmo eu sendo desfigurada, intensa e verdadeira, como um quadro do Picasso. uma mulher com todos os defeitos e loucuras que só uma grande e verdadeira mulher que ama tem.
Hoje eu fecho as portas para o ódio descontrolado de quem passa fome ao lado de grandes mansões, fecho as portas da goela estridente da véia coroca que viu sem enxergar mas acabou me fazendo ver ainda melhor quem eu sou e ter orgulho disso, aproveito para fechar de vez, para você, as portas do meu coração que de tanto pedir esmolas, estava virando bandido.
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Hoje chorei com o caminhão de gás
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
A estrada sem você é mais segura
Mania de você
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Querido,Papai Noel
domingo, 12 de dezembro de 2010
Encontre-me
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Esse amor,uma canção pra fazer feliz a quem se ama
sábado, 4 de dezembro de 2010
Eu queria ser sua garota favorita
Amando Loucamente
Derrepente
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Amor
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Saudade e Coragem, tão proximas
A historia completa de Ritinha
You've Got to Hide Your Love Away
terça-feira, 30 de novembro de 2010
Uma completa idiota
Minha dor é a pior
Choro mesmo, me descabelo pra caramba, queimo meus neurônios com probabilidades mil acerca de nós, e deixo todo mundo ver. Me exponho aqui, coloco minha cara a tapa, e que atire a primeira pedra quem nunca teve um choro meio ridículo por amor. Me abro, arreganho meu coração à fórceps, deixo a mostra minha dor e ainda cutuco com um pauzinho quando escrevo sobre tudo o que sinto. E todo mundo vê, alguns se doem junto comigo, outros se recordam como é a dor de amor. Essa dor de não se importar consigo mesmo e se deixar a Deus dará só porque parece tão mais importante se o outro está sofrendo também. Me poupe! "Acorda, menina", repito para mim mesma. "Ele não está aqui para cuidar de você!". Sou eu, eu mesma e meu amor que lateja no peito nesse deserto imenso que parece o mundo. Sendo bem egoísta, ainda pensamos que ninguém sente igual, que a dor é só nossa. Minha dor é a pior das piores do mundo - e não discorde! Eu te amo. Caramba, eu te amo. Tô ferrada. Eu sei, meus amigos sabem, a vizinha da frente sabe, minha mãe sabe, meu travesseiro sabe, vocês sabem, todo mundo sabe - menos você. Tenho coragem suficiente pra contar pra todo o planeta, mas pra você meço meia dúzia de palavras repensadas cinco vezes e já basta. Não me entrego. Só essas palavrinhas já são capazes de me doer por três dias e revirar o estômago num looping. Porque expor a você minhas dores é cutucar a ferida do coração com pauzinho. Mas parece dez vezes mais doloroso quando é pra você que falo. Quando é com você, parece que o tal pauzinho ainda tem um monte de pontas que ardem no peito e tiram meu ar. Tudo parece pior. A idéia de deixar você saber que ainda me dói é terrivelmente amarga e assustadora. Prefiro revelar para 100 pessoas anônimas aqui do que falar pra você. E acredite, tudo o que eu queria era te contar que ouvir seu nome ainda me causa arrepios pelo corpo todo. Que olhar tua foto ainda me dá um leve embrulho no estômago. Que eu quis chorar por ter ficado feliz de saber que você lembrou de mim naquele dia. Que tem um nó na minha garganta brotando em cada lembrança gostosa sua. Que às vezes eu sufoco um choro baixinho no chuveiro. Que fiz uma força tremenda pra sorrir ao invés de sair correndo quando vi sua amiga na rua. Tudo, tudo o que eu queria conseguir dizer é isso: eu te amo. Sou péssima em atuação, e por isso mesmo escrevo. Não sei fingir que estou totalmente bem e limpa. Com dor, muita dor, me afasto pra disfarçar. Finjo que esqueci, que não tô nem aí se não vou mais te ver. Nem por acaso, se meu santo for forte. Bate o desespero: eu não vou mais te ver. Caramba, tô expulsando da minha vida a pessoa mais especial e carinhosa que me apareceu! Não vou mais te ver. Estou te expulsando a socos, junto com a minha dor. Engolindo sapos, perdendo ciente da perda - e acho que é o que mais incomoda nisso tudo. A perda, a ausência, o vazio. O desamor deixa mais feridos que o amor, o vazio se torna pior que o sofrimento. Eu sei que, daqui a pouco, dentro do coração vai fazer até eco. Faço a desinteressada, enquanto fuço seu orkut a cada dez minutos. Finjo ignorar, enquanto acompanho cada passo teu. Sorrio, enquanto tudo dói. É difícil ser humano, porque quando atingimos o ápice da humanidade é no momento em que doemos. Na dor, tornamo-nos humildes. Afundando na minha dor, preciso finjir tranqülidade mesmo quando quero fugir. Preciso te fazer acreditar que estou completamente bem enquanto estou no chão com o bendito do pauzinho cutucando meu coração. É exatamente isso: humildade. Reconhecimento das minhas fraquezas. E eu aqui tão boba, me doendo inteira por dentro e só desejando a sua felicidade. Que inferno ser humana! Inferno ser eu, me importar tanto com você, ser essa que mesmo de longe ainda anseia por notícias. Que doa, então. Que doa, doa, doa. E que passe. Quero acreditar que assim como os relacionamentos, nenhuma dor é eterna. E essa parte você pode anotar.